
Creche prevista para Verbo Divino vai custar mais de meio milhão de euros
A abertura da creche prevista para o edifício do Verbo Divino, com 120 vagas, implica obras cujo custo irá “ultrapassar largamente” o meio milhão de euros, adiantou a vereadora municipal para a ação social, Paula Oliveira, à margem da reunião quinzenal do executivo. “A estrutura funcional de uma creche é muito exigente. Estamos a trabalhar todo o processo com a Segurança Social. Entre obra e adaptação, estamos a falar de um edifício antigo. Cumprindo normativos com a qualidade que queremos, irá ultrapassar largamente o meio milhão de euros”, disse aos jornalistas.
A responsável admitiu também que o equipamento destinado ao rés-do-chão do imóvel localizado em Azurém “não entrará certamente” em funcionamento até setembro, a tempo do arranque do ano letivo. As incertezas associadas à duração dos concursos públicos, em tempo de aplicação das verbas do PRR, dificultam a projeção de prazos, justificou.
“Neste momento, estamos a ultimar os procedimentos legais para depois ser possível lançar a concurso público a obra. Há diversas variáveis na construção dos equipamentos. Estamos a falar do lançamento de um concurso público. É preciso haver concorrentes. Podem ficar desertos ou não. Por causa do PRR, todos sabemos das dificuldades de concorrentes. São variáveis que não domino. Não me quero comprometer com data”, acrescentou.

Hugo Ribeiro suscitou a discussão da creche no Verbo Divino © Sofia Rodrigues/RFX
Município tem de ser “mais célere no que promete e executa”
A vereadora da maioria socialista que governa a Câmara Municipal avançou as informações relativas à creche na sequência da intervenção de Hugo Ribeiro, vereador da coligação Juntos por Guimarães (JpG), antes do período da ordem do dia. O social-democrata lembrou que o anúncio público da creche no Verbo Divino data de 2023 e que o tópico já fora discutido numa reunião de Câmara de maio de 2024. Nesse sentido, questionou o executivo acerca da data de abertura da creche, do seu custo e da IPSS que encarregar-se-á da sua gestão.
“Este município tem de ser mais célere no que promete e executa. E ser mais célere a dar as respostas necessárias. O prioritário é as tais 120 vagas para creche. (…) Estamos em março. (…) O município ainda não deu provas cabais de ter feito o seu trabalho”, referiu. O responsável vincou também que o PRR dá meios para criar mais vagas para creches e defendeu que o setor social está “a corresponder” a essa expetativa, ao contrário do município. “A Câmara Municipal não me deu garantias objetivas de materializar as 120 vagas que estão aqui”, sublinhou.
O vereador da oposição abordou ainda a instalação de um polo da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico Universitário (CESPU), entidade privada de ensino superior, pelo Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes, ligado à inteligência artificial, de um Observatório em Gestão e Políticas de Saúde e do centro de simulação médica, cuja licença a ULS Alto Ave adquiriu à Universidade de Harvard (Estados Unidos), por três anos, no primeiro e segundo pisos do edifício. Hugo Ribeiro questionou se “não teria sido politicamente mais correto assegurar primeiro a posse do edifício e só depois anunciar a instalação da creche”.

Paula Oliveira projetou o custo da futura creche do Verbo Divino © Sofia Rodrigues/RFX
PRR garante 617 vagas para Guimarães, mas Verbo Divino não está incluído
A propósito do tema, Paula Oliveira esclareceu ainda que a Câmara já concluiu o caderno de encargos para que qualquer IPSS possa concorrer à gestão da futura creche do Verbo Divino. Realçou também que Guimarães dispõe de apoio do PRR para a abertura de 617 vagas até março de 2026, embora a creche do Verbo Divino não se inclua nesse lote. “Temos IPSS em Guimarães que vão construir de raiz. Temos outras que vão alargar o número de vagas em creche”, disse, mencionando a construção de um edifício em São Torcato, a cargo da Fundação Bonfim, e a abertura de creches em Polvoreira, em Brito e em Mesão Frio, em antigas escolas.
A vereadora para a ação social esclareceu ainda que a necessidade de vagas se sente mais nos berçários, para bebés no primeiro ano de vida, do que para os bebés entre um e três anos. “Vamos tendo dificuldades nos berçários, e a pressão é maior na cidade”, detalhou.