Oposição acusa Câmara de falhar promessas para escola João de Meira
A coligação Juntos por Guimarães (JpG) vinca que o pavilhão desportivo da Escola Básica João de Meira continua nas “mesmas condições péssimas” que já levou os encarregados de educação a manifestarem-se e os professores de educação física a suspenderem as aulas, precisamente na antecâmara das Eleições Autárquicas de 2021. Vânia Dias da Silva levou o assunto à reunião de Câmara desta segunda-feira para frisar que o executivo presidido por Domingos Bragança tem falhado a promessa de erguer um novo pavilhão desportiva, aliás expressa no programa eleitoral socialista de há quatro anos.
“Às vezes, corremos o risco de parecermos uns papagaios. Estamos constantemente a voltar aos mesmos temas. Volto às prometidas obras da Escola João de Meira, do seu pavilhão e até da sua biblioteca. É uma promessa de campanha de 2021, com direito a cartaz propagandístico. Hoje vemos que não passou de propaganda. O pavilhão continua nas mesmas condições que conhecemos e que sabemos serem péssimas”, reitera a militante do CDS-PP, partido que integra a coligação JpG, a par do PSD.
A vereadora centrista realça que o equipamento se encontra num “estado de degradação generalizado”, ainda com placas de fibrocimento e balneários com “vários condicionamentos para a higiene dos alunos após o exercício físico”. Para Vânia Dias da Silva, não é “compreensível” a escola estar “na mesma passados quatro anos”, até porque, em maio de 2024, o presidente da Câmara Municipal anunciou a intenção de lançar a obra a concurso em 2024 para a iniciar em 2025.
“Passou-se dezembro, janeiro e fevereiro. Em fevereiro, a obra não começa seguramente. O que temos mais uma vez é nada”, diz, interrogando-se se “o novo PS”, numa alusão à candidatura de Ricardo Costa às Autárquicas de 2025, “vai retroceder na promessa” de Domingos Bragança e apresentar outra solução.
A vereadora da oposição crê que a situação denuncia o “marasmo do costume” quanto à liderança autárquica de Domingos Bragança: “Em 2024, o presidente comprometeu-se desejavelmente a abrir o concurso. Chegámos ao fim de 2024 e esse concurso não abriu. Não é a primeira vez que peço ao presidente de Câmara para adiantar datas e nunca temos uma data concreta”.
Bragança: “Processo da biblioteca não correu tão bem como queria”
Confrontado com as afirmações de Vânia Dias da Silva, Domingos Bragança assumiu que o projeto da biblioteca para a Escola João de Meira “não correu tão bem quanto gostaria”, devido a um impasse entre quem projetou o equipamento e os trabalhos de especialidade. “Não há reunião mensal em que não pergunte pela biblioteca. Emaranhou-se pela projetista e pelas especialidades. A obra está pronta para lançar a concurso. O processo não correu tão bem como queria”, assumiu, no debate que antecedeu a ordem do dia.
Quanto ao pavilhão, o autarca frisou que o desenho contempla duas naves sob a mesma cobertura, a exemplo do que acontece na Escola Básica das Taipas; uma servirá as aulas de educação física da Escola João de Meira e a outra as camadas jovens das modalidades de pavilhão do Vitória SC. “O projeto está na fase final. Para já não tem fundos europeus. Vamos lançar a obra a concurso. Tem de passar pela DGEstE [Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares]. Se o país quiser reduzir a burocracia, as Câmaras fazem mais rápido. Os projetos demoram pelas validações vinculativas”, acrescentou.
Domingos Bragança estimou que as obras na Escola João de Meira vão adicionar seis a sete milhões de euros aos 35 milhões investidos nas obras em concurso para a educação: escolas de São Torcato, Pevidém e Santos Simões. O responsável sinaliza ainda a necessidade de se avançar com requalificações na Escola Básica D. Afonso Henriques, em Creixomil, e na Escola Básica Gil Vicente, em Urgezes.
Antiga piscina do Vitória é objetivo, mas “não há financiamento comunitário”
Prestes a completar o terceiro e último mandato como presidente da Câmara, Domingos Bragança assume que a criação de uma piscina no espaço onde funcionou a antiga piscina do Vitória SC, em terrenos da antiga sociedade Unidade Vimaranense, permanece um objetivo. O equipamento deve servir a comunidade e o Vitória, mas ainda não é certo que haja recursos para avançar. A questão deve ser discutida no próximo mandato, assumiu.
“É uma obra muito cara. Não há financiamento comunitário. Estou a interrogar-me se é pertinente avançar ou não. É uma zona interessante. Há um compromisso de fazermos uma piscina comunitária que serve o Vitória. Gostaria de colocar o projeto à discussão pública. Não é para este mandato”, adiantou.
