Reforço dos parques industriais e redução de impostos no plano da coligação
O plano da coligação Juntos por Guimarães para inverter um ciclo que, nas palavras de Bruno Fernandes, tem “levado à perda de população e de competitividade”, bem como à falta de interesse de quem investe, assenta em sete pilares: o apoio às empresas mais afetadas pela pandemia de covid-19, a colocação do território no “radar nacional e internacional do investimento e empreendedorismo”, a diversificação do tecido económico, a promoção “da inovação e do talento”, as infraestruturas de suporte à atividade económica, a criação de uma “relação estratégica” com as instituições de ensino superior e o relançamento do turismo.
A partir desses eixos, a coligação JpG anseia transformar Guimarães num dos territórios nacionais com melhor remuneração média, reiterou o candidato às Autárquicas. “Nos próximos 10 anos, pretendemos colocar Guimarães no top 10 da média salarial e com uma taxa de emprego insignificante. Só assim poderemos ter menos desemprego, mais habitação e mais qualidade de vida para quem aqui se instala”, disse, na terceira sessão de apresentação de propostas, após uma primeira dedicada à habitação e uma segunda à área social.
Uma das áreas focadas pelo plano estratégico é a dos parques industriais. Para o rosto da coligação PSD/CDS-PP, Guimarães não tem infraestruturas para “atrair e fixar” nem pequenas, nem grandes empresas. Bruno Fernandes denunciou o “mau estado” dos acessos aos parques de Pencelo e de São Torcato e defendeu a criação de três novas áreas empresariais nas imediações dos acessos concelhios à autoestrada: Serzedelo, Urgezes e área entre Brito e Vila Nova de Sande. O concorrente às eleições de 26 de setembro realçou ainda que as antigas fábricas devolutas podem ser recuperadas para a criação de “espaços de coworking”, orientados para o alojamento de empresas com “elevado potencial”.
A fiscalidade foi outro dos temas mencionados. Convencido de que Guimarães “não é um município amigo do investidor nem do investimento”, Bruno Fernandes prometeu eliminar o pagamento da derrama para empresas com volumes de negócios iguais ou inferiores a 250 mil euros, atualmente em 1%, e a “redução gradual” desse imposto para empresas com faturação superior, condicionada ao “cumprimento de objetivos” como investimento, aumento de emprego e distribuição de resultados pelos trabalhadores.
O plano de desenvolvimento económico da JpG prevê ainda a criação de uma agência para o desenvolvimento económico, bem como um gabinete de apoio ao empresário, a “aposta na diplomacia económica” com vista à captação de investimento, a diversificação do tecido produtivo, com a atração de empresas das áreas tecnológica, da saúde, da transição energética e da sustentabilidade, e ainda a colocação do município “na linha da frente do acesso à rede 5G”.
O desígnio do “plano estratégico”, vincou Bruno Fernandes, é o de que Guimarães volte a ser a referência de outrora no Vale do Ave. O candidato recordou que, em 2001, o concelho era o maior exportador do território hoje equivalente ao Quadrilátero Urbano, perfazendo 4% do total nacional. Em 2019, as exportações vimaranenses correspondiam a 2,3% do país, cotando-se abaixo das de Vila Nova de Famalicão e de Braga. O município é ainda o 67.º a nível nacional no poder de compra.
Abolir a taxa turística
Quanto ao turismo, a coligação de direita tenciona apoiar as microempresas do comércio e da restauração afetadas pela pandemia e abolir a taxa turística. “Esta taxa não regula o turismo em Guimarães, porque não temos dimensão que assim o justifique”, vincou Bruno Fernandes.
Convicto de que Guimarães tem duas marcas muito fortes – a industrial e cultural -, o rosto da JpG defende uma estratégia turística que inclua um “programa de promoção de Guimarães” a nível nacional e europeu, através de plataformas digitais, a valorização do património industrial vimaranense, o crescimento do turismo religioso e a exploração do turismo de negócios e das conferências.