Sandinenses pronto para a luta após primeira volta “acima das expetativas”
Com 18 pontos após 13 jornadas, o GDRC Os Sandinenses ocupa um quinto lugar que está longe de ser confortável num “campeonato super competitivo”, a Série A do Campeonato de Portugal. Afinal, são três os pontos que o separam da zona de despromoção, na viragem para 2024 e para a segunda metade da prova. Ainda assim, a primeira volta “superou expetativas”, realça o diretor desportivo do clube azul, recordando o convite tardio da Federação Portuguesa de Futebol, em julho passado, para ocupar a vaga inicialmente destinada ao vizinho CD Ponte.
“Os jogadores sentiram conforto nesta casa e realizaram uma primeira volta acima das expetativas (…) O plantel foi feito para lutar pelos quatro primeiros lugares da Pró-Nacional, mas as contratações já tinham em conta o andamento do Campeonato de Portugal”, descreve Tiago Carneiro ao Jornal de Guimarães.
De regresso a “uma realidade nacional” em que não competia desde 2005/06, o GDRC Os Sandinenses viveu um arranque difícil, com a derrota caseira frente ao Tirsense por 5-2, mas recompôs-se; só voltou a perder por duas vezes, frente ao líder Camacha (4-1) e ao quarto classificado, Montalegre (4-2), no encerramento da primeira volta. Tiago Carneiro atribui o mérito desse crescendo aos jogadores; os reforços, sublinha, tiveram “impacto imediato” no num plantel que está agora “perfeitamente adaptado” ao quarto escalão do futebol nacional.
O responsável acredita, por isso, numa segunda volta que garanta a manutenção, pese os eventuais ajustes a operar no grupo de trabalho agora treinado por Júnior Santos. “Montámos um plantel minimamente equilibrado para a exigência deste campeonato, mas vai ser difícil manter isto. Todos os clubes vão apetrechar-se com as melhores armas possíveis. Não fugimos à regra. Vamos tentar aproveitar algumas oportunidades de mercado”, projeta, na antecâmara do regresso à competição, no domingo, com a visita ao Estádio Abel Alves de Figueiredo para o duelo com o Tirsense.
“Já não vamos ser o elemento surpresa”
A mudança de ano coincide com a mudança de treinador. O timoneiro da primeira volta, Ricardo Martins, rumou ao Berço, 16.º classificado da Pró-Nacional da Associação de Futebol de Braga, e a direção do GDRC Os Sandinenses convidou Júnior Santos, até então adjunto, a assumir a função de treinador principal. “Fomos apanhados de surpresa. Enquanto equipa técnica, pensávamos todos que iríamos sair. Quando a direção percebeu que não íamos acompanhar o mister Ricardo Martins para o Berço, a direção fez-nos a proposta. Apesar de ter 33 anos e de estar habilitado para tal, não estava à espera do convite”, reconhece o novo técnico.
Mais do que explicar exercícios, Júnior Santos tem agora de ser voz de comando, reconhece. Mas o plantel tem a mesma valia e trabalha no mesmo contexto de desvantagem face a equipas profissionais e semiprofissionais. “Temos jogadores que trabalham de dia e vão treinar às 19h45 (…) É um plantel amador no meio de equipas profissionais”, detalha. Além dessa condicionante, o GDRC Os Sandinenses vai perder o fator surpresa. “Até agora, éramos o elemento surpresa que veio da distrital. A partir do momento em que começa a segunda volta, já há uma referência para a valia do Sandinenses enquanto equipa. Já não vamos ser o elemento surpresa. Vamos ter de estar muito mais vivos e ativos. As equipas já vão estar preparadas para jogar contra nós”, descreve.
Mas a confiança do técnico na manutenção permanece inabalável, pese a luta acérrima em perspetiva. “Há equipas lá em baixo, mas com expetativas altas, que se vão reforçar para tentar fugir aos lugares de baixo. As equipas em cima vão-se tentar reforçar para se manterem lá em cima. Também vamos tentar fazer uma ou outra adição ao plantel. Vai ser uma luta até ao fim”, projeta.