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A importância de um bom treinador

Pedro Carvalho
Opinião \ terça-feira, setembro 17, 2024
© Direitos reservados
Apesar de esta época ainda ir no adro, e apesar de não termos tido até agora jogos de elevado grau de dificuldade (o adversário mais forte foi o Braga), acredito que ainda vamos ter muitas alegrias.

Escrever esta crónica após uma vitória sobre o SC Braga é sempre um privilégio. Deveria ser algo banal, recorrente e até pode parecer provinciano da minha parte. Mas derrotar o SC Braga e no seu próprio estádio é sempre especial, emotivo, e ainda para mais quando fomos claramente mais competentes e, a após intervalo, superiores. Na época passada, o empate ao cair do pano, e com um “golão” do João Mendes (golo eleito o melhor da época), também foi bastante especial, para mim e seguramente para a maioria dos adeptos, que desesperávamos por aquele golo há muito e quando o mesmo aconteceu foi uma verdadeira descarga de alegria e felicidade. Eu, que até sou, por regra, contido nos festejos, saltei e gritei a plenos pulmões. Acreditem que, sem prescindir a relevância do golo ter um resultado e impacto absolutamente distinto, devo ter gritado e festejado quase tanto o golo do João Mendes quanto o de Éder contra a França. 

O Vitória tem, por virtude própria, evoluído (na equipa A) na qualidade do seu jogo, do seu futebol, nas duas últimas épocas, muito por mérito do Álvaro Pacheco e agora de Rui Borges. Se o primeiro, assumiu o comando após um falhado início de época com dois treinadores distintos, e foi capaz de devolver alegria, criar laços com jogadores e adeptos e impor um futebol ofensivo que já há algum tempo não se via no reino vitoriano, Rui Borges soube, de forma distinta consolidar esse trabalho, acrescentando um maior rigor tático e qualidade defensiva, para além de uma melhor e mais assertiva leitura do jogo no decorrer do mesmo, fazendo substituições tempestivas.

Os nossos planteis sempre tiveram jogadores de qualidade, apesar de nem sempre de igual valia em todas as posições. Mas estes dois treinadores souberam, numa demonstração de inteligência e liderança, extrair mais de cada um desses jogadores, transformando alguns “patinhos feios” em “cisnes”, e potenciando outros que ainda eram meninos e começaram a jogar como homens. Se é verdade que o atual plantel é mais equilibrado, muito se deve (esse equilíbrio) ao trabalho destes dois treinadores (sem esquecer o trabalho iniciado por Pepa e prosseguido por Moreno, com interregno inenarrável do Turra). Não foram os novos jogadores que entraram que aportaram esse equilíbrio, apesar de terem também contribuído para tal. Foi porém, reitero, a inteligência e liderança destes dois treinadores, que souberam unir, souberam motivar e extrair e potenciar o melhor de cada atleta individualmente e do todo enquanto equipa.

E quer o Álvaro Pacheco, quer o Rui Borges, têm uma particularidade que aprecio, para além das outras que já mencionei, não se queixaram cada vez que perderam um jogador importante no plantel. Procuraram soluções e fizeram e fazem sentir a todos os jogadores do plantel que são importantes. Inevitavelmente essas saídas tiveram impacto (e feitas a troco de muito pouco, apesar de essa ser questão que abordarei em crónica futura), mas por regra os jogadores que saíram (com exceção do André Silva que não tinha um substituto direto no plantel) foram bem substituídos e as ausências daqueles foi pouco notada.

É de facto nos detalhes que se ganham jogos, e quer o Álvaro Pacheco, quer o Rui Borges, fizeram (e fazem, no caso do Rui) a diferença e aportaram a qualidade técnica e de liderança que faltava, criando simultaneamente uma simbiose entre a equipa e os adeptos.

Por último apesar de esta época ainda ir no adro, e apesar de não termos tido até agora jogos de elevado grau de dificuldade (o adversário mais forte que enfrentamentos foi o SC Braga e este, no sentido inverso ao Vitória, tem perdido qualidade nestas duas últimas épocas), acredito que ainda vamos ter muitas alegrias e que o Vitória vai poder, pelo menos, alcançar ou disputar até ao final o quarto lugar. Vitória!!

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