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A marca Guimarães somos todos nós

António Paraíso
Opinião \ quinta-feira, maio 20, 2021
© Direitos reservados
Todos poderemos reforçar o hábito de ser cada vez mais simpáticos com quem nos visita, sorrir sempre e oferecer ajuda quando vemos alguém com um mapa na mão e olhar indeciso.

Em 2018, depois de um problema grave de saúde, que me assustou e que, felizmente, ultrapassei, fiz uma viagem para celebrar a vida e fui conhecer a Argentina.

Uma manhã em Buenos Aires, chamei um táxi para ir desde o hotel, na Av. 9 de Julho, até ao bairro Palermo.

O taxista perguntou-me qual o meu país de origem e se eu estava a gostar de Buenos Aires. Depois, surpreendentemente, começou a explicar-me tudo sobre os monumentos e lugares por onde passávamos, contando histórias e curiosidades.

O Palácio Barolo, inspirado na Divina Comédia do escritor florentino Dante Alighieri, a Plaza del Congreso e os seus jardins, fontes e estátuas, construída para celebrar o centenário da Revolução de Mayo, a bonita Iglesia del Salvador, com as quatro colunas coríntias, que se impõem na fachada, o Palácio de Aguas Corrientes, um edifício espetacular, projetado por um arquiteto norueguês no século XIX, para albergar os tanques de fornecimento de água à cidade, e agora transformado em Museu da Água, a Basílica del Espiritu Santo, de estilo românico e as duas torres, com mais de 50 metros de altura, o impressionante Jardim Botânico de sete hectares, dentro da cidade, com árvores seculares, aves e borboletas raras e mais de 40 espécies de palmeiras de todo o mundo.

A viagem terminou na Plaza Itália, junto à estátua do General Giuseppe Garibaldi, doada ao município pela expressiva comunidade italiana em Buenos Aires. O taxista ainda me recomendou a visita ao Museo Evita, ali perto, dedicado à história de Eva Perón.

Quando fiz o pagamento, despediu-se, dizendo: “Obrigado por visitar o meu país. Desejo-lhe um bom dia”.

 

Todos somos embaixadores da nossa terra

O comportamento deste taxista foi impressionante e um verdadeiro exemplo inspirador. Disse-me que decidiu fazer um curso sobre a história da cidade, para poder prestar um melhor serviço aos turistas e assim captar mais clientes. Pedi-lhe um cartão de visita e, durante uma semana, liguei-lhe sempre que precisei de me deslocar na cidade.

Guimarães é uma das mais bonitas cidades portuguesas e muito procurada por turistas nacionais e estrangeiros, pela sua beleza, história e cultura.

Neste ano de retoma, depois de tempos difíceis, todos nós podemos contribuir para que a marca Guimarães seja mais conhecida e valorizada, para que os turistas se sintam bem, fiquem mais tempo, vivam experiências positivas, voltem mais vezes e recomendem a visita a familiares e amigos, dinamizando a economia local.

Todos poderemos reforçar o hábito de ser cada vez mais simpáticos com quem nos visita, sorrir sempre, oferecer ajuda quando vemos alguém com um mapa na mão e olhar indeciso, contar histórias sobre os monumentos e lendas sobre a cidade, falar da Feira Afonsina e das Nicolinas, sugerir aos turistas que voltem para viver essas festas, recomendar a doçaria local, falar, com orgulho, da Batalha de S. Mamede, explicar que o Largo do Toural, no século XVII, era uma feira de bois e touros – daí o nome – e ficava fora dos muros, na porta da vila, recomendar a fabulosa exposição de máscaras tribais na Plataforma das Artes, a agenda de espetáculos que a cidade oferece e tudo o que possa causar boa impressão.

Sejamos todos como o taxista de Buenos Aires.

A marca Guimarães somos todos nós.

 

Nota: Artigo de opinião originalmente publicado na edição #02 do Jornal de Guimarães em Revista, a 14 de maio de 2021

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