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Alimentação Sustentável – um repto para Guimarães

Nuno de Vieira e Brito
Opinião \ sexta-feira, janeiro 28, 2022
© Direitos reservados
Até 2030, deve-se reduzir para metade o desperdício de alimentos per capita ao nível mundial e reduzir os desperdícios de alimentos nas cadeias de produção e abastecimento, incluindo os pós-colheita.

Garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis é o 12º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, dos 17 estabelecidos pela Organização das Nações Unidas em 2015, fundamental quando a população mundial deve atingir cerca de 8,6 mil milhões de pessoas em 2030, e a concentração do crescimento populacional global nos países mais pobres representa um desafio considerável na implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Uma população global crescente com recursos naturais em deterioração e maior urbanização significa mais pessoas para alimentar com menos água, terras agrícolas e mão de obra rural. Ora, satisfazer os aumentos esperados nas necessidades de água, energia e alimentos implica mudar para abordagens de produção e consumo significativamente mais sustentáveis.

Hoje, o mundo desperdiça ou perde cerca de um terço dos alimentos que produz, enquanto quase 690 milhões de pessoas passam fome. Para alimentar o mundo de maneira sustentável, os produtores precisam de cultivar mais alimentos e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos ambientais negativos, como solo, água e perda de nutrientes, emissões de gases de efeito de estufa e degradação dos ecossistemas.

Os consumidores terão de ser encorajados a mudar para dietas nutritivas e seguras com uma pegada ambiental menor. Alguns compromissos são referidos pelas Nações Unidas, como o de implementar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis; até 2030, alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais; até 2030, reduzir para metade o desperdício de alimentos per capita ao nível mundial, de retalho e do consumidor, e reduzir os desperdícios de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo os que ocorrem pós-colheita e, até 2030, alcançar uma gestão ambientalmente saudável dos produtos químicos e de todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida destes.

Simultaneamente, a UE desenvolve uma estratégia de crescimento sustentável e inclusivo, onde dá especial enfoque a um sistema alimentar saudável para as pessoas e o planeta. Tem como objetivo dinamizar a economia, melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas e proteger a natureza. Sendo já o sistema europeu agrícola e alimentar, apoiado pela Política Agrícola Comum, um padrão global em termos de segurança, segurança de abastecimento, nutrição e qualidade, também deve transformar-se num padrão global de sustentabilidade.

Os principais objetivos centram-se na garantia da segurança alimentar em face das mudanças climáticas e perda de biodiversidade, na redução da pegada ambiental e climática do sistema alimentar, no fortalecimento e resiliência do sistema alimentar e na liderança de uma transição global em direção à sustentabilidade competitiva do “prado ao prato”. 

Ora, em temáticas tão relevantes a nível mundial, nacional e local, perante estratégias que pretendem comprometer Guimarães como Capital Verde Europeia, perante a pandemia que estimula as cadeias curtas, seria importante haver sinais de compromissos das nossas organizações e, em particular, da nossa Câmara Municipal. E neste ODS, onde temos particular obrigação de nos comprometermos, uma surpreendente e dececionante ausência, em particular quando nos proclamamos “ecológicos e verdes”. Será como Frei Tomás?

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