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Cheira bem, cheira a Tejo

Paulo Mateus
Opinião \ sábado, maio 07, 2022
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Desde os brancos aos tintos, sem esquecer os espumantes, o equilíbrio dos vinhos do Tejo é admirável, com uma vasta oferta para todos os gostos e carteiras.

Depois de alguns anos a percorrer o planalto do Douro superior e a promover os seus vinhos, mudei de região vinícola. Não foi uma mudança fácil, não só por ser geograficamente mais longe, mas por ser uma região com características e castas diferentes. Mas não podia deixar de aceitar este desafio. Não há nada a fazer. É hora agora de arregaçar as mangas e começar a mostrar toda a elegância dos vinhos do Tejo pelo mundo. O meu coração palpita com a mudança, mas o projeto apresentado e a qualidade inegável dos vinhos do Tejo fazem com que o encare com toda a determinação.

Tejo é o nome do rio que corta seis sub-regiões produtoras de vinho: Almeirim, Cartaxo, Coruche, Santarém, Chamusca e Tomar. Região do Tejo está desde que há memória ligada à produção de vinhos. É por direito próprio uma das mais antigas regiões produtoras de vinho de Portugal. Na região encontramos três zonas distintas de produção, conhecidas como Campo, Bairro e Charneca.

O Campo, com extensas planícies, adjacente ao Rio Tejo, também conhecido como a “Leziría do Tejo”, está sujeito a inundações periódicas, responsáveis pelos elevados índices de fertilidade que aqueles solos possuem. É por excelência o terroir dos vinhos brancos, onde a casta Fernão Pires é rainha. O Bairro, situado entre o Vale do Tejo e as serras de Candeeiros e Montejunto, com solos argilo-calcáreos em ondulados suaves, é terroir ideal para as castas tintas. A Charneca, localizada a sul do Campo, na margem esquerda do Rio Tejo, apresenta solos arenosos, medianamente férteis, tem potencialidades tanto para a produção de vinhos tintos como vinhos brancos.

Os vinhos do Tejo são reconhecidos e apreciados pelo equilíbrio, frescura e aromas frutados. Resultam de uma combinação harmoniosa de sábias e velhas tradições com os novos conhecimentos de uma jovem e qualificada geração de enólogos.

A grande diversidade de solos e climas da região e a proximidade ao rio ajuda a produzir vinhos de excelente qualidade. Os brancos são vinhos muito aromáticos, frescos e elegantes. Os tintos são muito equilibrados, frescos e com taninos distintos, no nariz sobressai a fruta, a madeira revela-se de forma discreta, são vinhos com muita capacidade de envelhecimento.

Na região convivem castas tipicamente portuguesas, como a Touriga Nacional, Trincadeira, Castelão, Aragonês, Arinto ou Fernão Pires, com outras mundialmente conhecidas como a Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Merlot ou Chardonnay. Com terroirs fantásticos, a região do Tejo apresenta uma versatilidade imensa, criando vinhos com peculiaridades únicas.

Desde os brancos aos tintos, sem esquecer os espumantes, o equilíbrio dos vinhos do Tejo é admirável, com uma vasta oferta para todos os gostos e carteiras. Depois desta prosa toda, só posso aconselhar a descobrirem os fantásticos e elegantes vinhos do Tejo.

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