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Mais dúvidas que certezas

Ricardo Freitas
Opinião \ segunda-feira, março 13, 2023
© Direitos reservados
Sem exceção, todas as direções em que delegamos o poder para gerir os destinos do clube, assim que chegam à presidência utilizam o mesmo argumento: cláusula de confidencialidade!

O último mês foi pródigo em novidades e decisões que terão grande impacto no futuro do Vitória. Foi um mês em que num curto espaço de tempo os sócios tiveram de decidir sobre a viabilização da venda de 46% das ações do Vitória ao fundo V Sports.

Apesar das sessões de esclarecimento e das (não) respostas dadas na própria AGE, continua a ficar uma sensação de amargo de boca sobre a transparência que todos tão desejamos.

Em todas as eleições, os candidatos que tentam pela primeira vez chegar à presidência criticam a direção em exercício e as anteriores por alguma opacidade e prometem aos sócios uma viragem de 180º. No entanto, sem exceção, todas as direções em que delegamos o poder para gerir os destinos do clube, assim que chegam à presidência utilizam o mesmo argumento: cláusula de confidencialidade!

Sendo a modalidade futebol a que gera mais discussão e paixão no universo Vitoriano, estando o futebol sobre gestão da SAD em que o clube tem uma participação maioritária, sabendo que a grande maioria dos sócios não tem ações na SAD, seria natural e obrigatório que a direção do clube respondesse às questões dos seus associados sem subterfúgios. Alguns elementos da direção do clube só participam nas reuniões e AG´s da SAD porque foram delegados para nos representar.

A atual direção que no seu programa eleitoral inscreveu “Mais Transparência – esclarecido, claro, correto, exato, simples, explicado, informado, comunicado, demonstrado, acessível e verdadeiro” não pode usar o mesmo argumento que tanto criticou, a confidencialidade de um acordo ou contrato, para não responder claramente às questões que os associados colocam no local próprio, na Assembleia Geral do clube.

Por outro lado, no próprio dia da AGE, é dirigido aos sócios Vitorianos um comunicado subscrito por Brett Fenu-Borgia, Ziad Tlemçani e Júlio Vieira de Castro em que, resumidamente, pediam aos sócios que nada deliberassem sobre a proposta da V Sports, pois tinham uma proposta melhor e com valores superiores.

Mais uma vez, as dúvidas com que os Vitorianos se deparam são mais do que os esclarecimentos desejados: Qual o motivo para este grupo de investidores só no dia da AGE comunicar com os Vitorianos? Já tinham previamente tentado contactar com a direção para apresentar uma proposta? Porque não fizeram este comunicado no dia em que tiveram conhecimento da proposta da V Sports ou do anúncio da marcação da AGE? Da mesma forma que considero que o tempo de discussão e deliberação sobre a proposta da V Sports foi diminuto, o timing deste comunicado foi completamente desadequado e inoportuno.

Independentemente dos investidores, devemos manter princípios que não podem ser negociados: investir mais na nossa formação, mantendo a aposta nos jogadores por nós formados, porque a história tem provado que nos momentos de dificuldades financeiras são eles que nos têm defendido e orgulhado.

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