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Paciência Vitoriana

Ricardo Freitas
Opinião \ segunda-feira, setembro 25, 2023
© Direitos reservados
Antes de o campeonato recomeçar, mencionava que acreditava que este ano seria o ano um, não eternizando o tão malfadado ano zero que todos os Vitorianos estão fartos de ouvir.

No meu último artigo de opinião, antes de o campeonato recomeçar, mencionava que acreditava que este ano seria o ano um, não eternizando o tão malfadado ano zero que todos os Vitorianos estão fartos de ouvir. Na altura, a minha convicção assentava em algumas evidências, tais como, manutenção da equipa técnica, permanência da maioria dos jogadores mais utilizados na última época e a chamada de alguns jovens da equipa B.

Infelizmente, em pouco mais de 2 meses, essa convicção mais do que esmoreceu. Fomos eliminados da UEFA Europa Conference League, da Taça da Liga e na Liga Portugal não vencemos há 3 jornadas. Mas não é tanto por causa dos resultados ou das exibições que a minha convicção esmoreceu.

Mais uma vez, somos surpreendidos com a saída muito precoce do treinador que preparou a época. Não acreditando em coincidências no mundo do futebol, e podendo os motivos para estas saídas prematuras serem bastante diferentes, um facto indesmentível é que voltamos a ter uma temporada em que o clube vai ser treinado por alguém que não teve a responsabilidade na sua preparação.

O nosso presidente afirmou recentemente que os motivos para as saídas de Pepa e Moreno foram totalmente diferentes. No caso de Pepa, invocou que os caminhos não eram convergentes. As questões que ficam nesta situação são: só se deu conta disso antes da primeira jornada? Não discutiram antes qual o caminho, a política desportiva e financeira? Porquê deixar então o treinador preparar essa época?

No caso de Moreno, afirma que era alguém que compreendia o projeto desta direção e que teve a coragem para o assumir aquando da saída do Pepa. Afirma que a decisão do Moreno foi um murro no estômago, mas que tinha de proteger os interesses do homem e do clube. Assim sendo, as dúvidas que me assolam ainda são mais desassossegadoras: deram realmente o apoio que o Moreno precisava? Acreditam mesmo que protegeram os interesses do clube? Sendo o Moreno uma escolha desta direção, a sua continuidade estava dependente do resultado de uma eliminatória da Conference League? O Moreno avisou a direção que a sua continuidade estava dependente desta eliminatória? Estas são questões que certamente nunca veremos verdadeiramente esclarecidas, pelo que a nossa opinião pode basear-se apenas no pouco que sabemos.

Não coloco em causa o Vitorianismo do Moreno, nem a sua dedicação ao clube, nem a sua entrega ao trabalho. Muitas vezes aqui defendi a sua continuidade, mesmo em ciclos mais difíceis na temporada passada. Muitos Vitorianos elogiaram o Moreno e a sua decisão, afirmando que era mais uma prova do seu grande amor pelo Vitória. Aqui discordo totalmente destes consócios. Se para o Moreno a sua continuidade dependida do sucesso na Conference League, então não deveria ter começado a época, porque esta sua decisão em nada protegeu os interesses do clube. Proteger o Vitória é providenciar estabilidade e não o contrário.

A nós Vitorianos resta-nos, além do amor pelo clube, a paciência que também parece inesgotável.

Saudações Vitorianas!

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