Plano Ferroviário Nacional e Mobilidade
O Plano Ferroviário Nacional (PFN) está em discussão pública até ao final de Fevereiro, e por esse motivo, esteve também em discussão na Assembleia Municipal de Guimarães, numa sessão extraordinária de iniciativa da CDU, e de aceitação unânime pelos restantes partidos.
Para ajudar à discussão entendeu o Município convidar os autores de dois estudos recentes sobre mobilidade em Guimarães. O Professor Álvaro Costa que elaborou o estudo sobre Sistema de Transporte Público em Via Própria em Guimarães, e o Professor José Mendes que foi responsável pelo estudo sobre a Interconetividade de Guimarães com a Futura Estação de Alta Velocidade do Minho.
O tema central do debate foi a ligação de Guimarães a Braga, e se esta devia ser por ferrovia convencional, se por Metrobus (BRT – Bus Rapid Transit), ou por Metro de Superfície (LRT - Light Rapid Transit).
O que está previsto no PFN é que o fecho da malha de ferrovia pesada entre estas duas cidades seja realizado por transporte ligeiro em sítio próprio. Numa primeira fase com Metrobus mas com a possibilidade de evoluir para Metro de Superfície. Esta opção é justificada pelo insuficiente volume de procura e pelos elevados custos da infraestrutura a que a orografia e a urbanização dispersa obrigariam.
A opinião dos técnicos convidados, e em especial a do Professor José Mendes, foi de alinhamento com a solução prevista no PFN para a ligação a Braga, e por essa via, à Alta Velocidade.
Quanto à minha opinião, entendo que se está a valorizar em demasia a importância da Alta Velocidade e a necessidade de uma ligação à sua estação em Braga. Entendo que o foco deveria estar na mobilidade sustentável dentro do concelho (intraconcelhia), e na ligação aos núcleos urbanos vizinhos (interconcelhia) justificada por movimentos pendulares relevantes e não pelo acesso à Alta Velocidade.
Advogo o estudo e construção de uma rede de Metrobus, que numa primeira fase poderia ligar Guimarães às Taipas, aproveitando os fundos já prometidos para esse efeito no Portugal 2030. Entendo que a opção do Metrobus seria a que mais se adequa ao nosso território, desde logo pelo custo “comportável”, mas muito também pela versatilidade da infraestrutura e do material circulante que permitiria multiplicar os acessos da rede à estrutura viária municipal.
Termino com duas citações e recomendações de leitura
Assim, Guimarães terá garantido desde já a possibilidade de usufruir de um valor considerável desses fundos para investir em infraestruturas e equipamentos de transporte público, o que é uma excelente notícia. Agora, só falta mesmo é saber o que fazer com o dinheiro.
https://reflexodigital.com/opiniao/tramway/
É necessário acabar com esta (des)conversa habitual e recentrar o debate no que é premente e fundamental: o PMUS e o Sistema de Transporte Público em Via Dedicada.
https://jornaldeguimaraes.pt/opiniao/mobilidade-a-des-conversa-habitual/