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A circunstância e a luta eleitoral…

Filipe Fontes
Opinião \ terça-feira, abril 22, 2025
© Direitos reservados
Neste princípio de entendimento e suporte à “luta eleitoral”, convém voltar a não esquecer de que a “sorte e a felicidade” não são o resultado do acaso.

A circunstância actual caracteriza-se pela instabilidade tomada pela expectativa de um tempo electivo que, transversamente, afecta os níveis de decisão e representação institucionais do país; pela estupefacção de um tempo de imprevisibilidade que, (des)governadamente, preside aos “comando do mundo”; pela necessidade de acção e reacção com antídoto e resposta,  robustecimento e protecção, a uma deriva de autoritarismo e desvio de atenção e concentração; pela obrigatoriedade da manutenção e reforço das noções do Bem e da Justiça, da Ética e da Paz, afinal, a base para uma sã convivência, um racional entendimento, uma harmoniosa relação de todos com todos…

Não sendo solução “fechar os olhos” ou negar a evidência, importa enfrentar esta circunstância, tão difícil quanto desafiadora, não esmorecendo nem desanimando pelo esforço e tempo que implicam, persistindo e insistindo mesmo que, tantas vezes, pareça em vão e sem efeito.

Seja como for, e fruto de leituras recentes, ressaltam duas constatações que se julga” benéfico visibilizar e centrar na “discussão que, hoje, invade o espaço público”, nomeadamente (e descendo à escala local, aquela que, mais proximamente, nos afecta, condiciona e diz respeito quotidianamente), no âmbito das futuras e próximas eleições autárquicas.

Lemos e ouvimos expressões verbais como “afirmar e crescer”, adivinhamos que outras chegarão como “mudar e desenvolver”, entre tantas que, acreditamos nós, traduzirão o quanto todos aqueles que se candidatam querem ajudar e contribuir para melhorar e beneficiar a vida e o quotidiano de todos aqueles que votam e elegem, afinal, e de forma simplificada, um dos pressupostos estruturais da democracia.

Sendo natural a tendência para exacerbar e confrontar na dialéctica da exponenciação da nossa capacidade e dos nossos resultados em detrimento da incapacidade e do falhanço dos outros, convém não esquecer de que não há realidade sem história e passado, nem perspectiva e futuro, dir-se-á, com simples “folha branca”. E, assim, ter sempre presente que, em tudo, há lugar e presença para “permanências e continuidade, reposições e reajustamentos, rupturas e mudança”, sendo a justa medida da conjugação e dosagem de todos estes verbos o inevitável equilíbrio entre o bom sendo e a sensibilidade feitos capacidade, ambição, possibilidade. Nem tudo é mau, nada se afigura “melhor do que nunca”. Nem tudo foi feito de forma incompetente, nada não é melhor do que perfeito! Na verdade, e no frenesim da dita “luta eleitoral” (desde logo, uma expressão com conotação negativa e preconceituosa, quase como uma adversidade impossível de existir sem confronto e radicalidade), existirá a tendência para a sobreposição de um relativamente ao outro, tentando, numa simplificação ou distinção exagerada, (hiper) valorizar um e (sobre) desvalorizar o outro. Admitir-se-á que sim, e que até certo ponto, nada de estranho ou questionável. Mas, sempre, avisando e sendo avisado, não esquecer de que o presente tem passado “que conta” e o futuro faz-se a partir do presente, não se inventando amanhã…

E, neste princípio de entendimento e suporte à “luta eleitoral”, convém voltar a não esquecer de que a “sorte e a felicidade” não são o resultado do acaso, antes da conjugação da oportunidade e da preparação. Não se duvida da genuína vontade de todos os candidatos em fazer bem e fazer o Bem “à sua cidade”. Pelo contrário, acredita-se, a todos invadirá ânimo sincero e interesse efectivo em melhor transformar a mesma cidade, nunca olvidando nem escamoteando que, para tal, é necessária preparação (ou seja, estudo e escuta, diálogo e análise, crítica e conhecimento, informação e concertação, entre tanto) e necessário ajustamento à oportunidade encontrada, na certeza de que não há oportunidades sem circunstância…

Assim saibamos aproveitar! Por isso, afirmar e crescer importa! Afinal, como sempre importou e importará. Assim saibamos porquê e para quê. E como lá chegar!

“Mais importante do que o que nos acontece, é a forma como reagimos e superamos aquilo que nos acontece” (1).

(1)_ (citação livre de frase lida algures, desconhecendo-se o seu autor)

 

Filipe Fontes

Arquitecto (texto escrito ao abrigo do anterior acordo ortográfico)

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