Redescobrir
Se algo há de comparável à emoção da descoberta é quando reencontramos qualquer coisa que julgávamos ter perdido definitivamente e que não víamos maneira de recuperar. É a partir desta ideia que a exposição temporária “Redescobrindo o Castro de Sabroso”, que abre na SMS no próximo dia 27, procurará fazer reviver esse êxtase da redescoberta.
O espanto de Francisco Martins Sarmento ao olhar, pela primeira vez, ainda com o cheiro da terra fresca, as muralhas de Sabroso, as casas circulares, os lajeados (que ele conhecia mais como ladrilhos), será aqui retratado ao revisitarmos o seu diário de campo e acompanharmos, na primeira pessoa, a evolução das descobertas, com as suas interrogações e exclamações, bem como os seus desenhos e fotografias. Lugar também para revisitar os objetos – sempre os objetos – que nos revelam a informação cronológica e cultural e assim nos permitem interpretar este local do passado. Revisitar, digo, mas também conhecer de novo, havendo destaque a peças nunca antes expostas. Agora, que podemos novamente ir ao castro e nele ver o que Sarmento encontrou, é hora de destacarmos o que ele nos deixou no seu Museu.
Fazendo uma retrospetiva, desde que Sarmento desenterrou Sabroso das toneladas de terra que ocultaram os seus vestígios durante séculos, a exposição irá também evocar o arqueólogo britânico Christopher Hawkes, que introduziu novos métodos de trabalho no norte de Portugal, com as escavações que fez em vários locais, nomeadamente em Sabroso.
Haverá também lugar – ousadia atual – à recriação do monumento, como pensamos ter sido.
Com a abertura da exposição, no dia 27, a partir das 21h30m, a dimensão de estudo, limpeza e conservação, será explicada pelos técnicos da Era, Arqueologia, e a forma como se abordou a manutenção das acácias, descrita pelos técnicos do Laboratório da Paisagem. Esperamos que seja uma excelente redescoberta.