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As respostas que o país precisa

Rui Antunes
Opinião \ terça-feira, janeiro 18, 2022
© Direitos reservados
O modelo de debate das televisões no âmbito das Legislativas não permitiu o aprofundamento das questões e promoveu as frases feitas para as redes sociais.

A ronda de debates entre candidaturas às Eleições Legislativas terminou. A longa jornada de 30 frente a frente pode não ter contribuído para o esclarecimento dos indecisos. O modelo de debate das televisões não permitiu o aprofundamento das questões e promoveu as frases feitas para as redes sociais. Alguns partidos não publicaram atempadamente o programa eleitoral e trouxeram assuntos que não fazem sequer parte das preocupações das pessoas.

A desigualdade entre candidaturas também não fortalece a democracia. Numa eleição à Assembleia da República, que elege 230 deputados e deputadas, as condições do debate entre candidatos do PS e do PSD não é aceitável. Além de terem tido o triplo do tempo, houve transmissão nos três canais generalistas em horário nobre. As televisões fizeram ainda, como qualquer espetáculo desportivo, uma antevisão durante a tarde e uma análise posterior. Nas reações post-match, António Costa aproveitou e fez um telecomício de 15 minutos.

Acompanhado por quase um terço do eleitorado, o debate permitiu evidenciar posições. O PS insiste no orçamento que não resolve os problemas do país e por isso foi rejeitado na AR. Quer uma maioria absoluta e parece recusar uma solução com qualquer partido. No dia 30, os resultados eleitorais ditarão outro expediente. Rui Rio demonstrou que a direita não tem soluções. É contra o aumento do salário mínimo e sugeriu que se pague o acesso ao SNS. Na justiça, teima nos conselhos superiores com uma maioria de não magistrados indicados por políticos.

Catarina Martins teve a participação mais consistente e competente. A mais bem preparada em todos os temas foi capaz de demonstrar que orçamentos cativados não resolvem os problemas das pessoas e que um compromisso escrito vincula os partidos a uma solução governativa estável. Mais uma vez, deixou clara a disponibilidade do Bloco de Esquerda para um acordo que garanta o investimento no SNS, com profissionais em exclusividade, o respeito por quem trabalha e trabalhou, com salários e pensões justas, e a resposta à crise climática. Chamou a atenção para os custos da energia e a importância do controlo público dos setores estratégicos.

A participação do PAN ficou marcada pela indefinição, independentemente do programa de governo terá o seu apoio. Propõe o rendimento básico incondicional, que afinal não é básico nem incondicional. O Livre faz proposta semelhante. A CDU não participou nos debates em canal por subscrição e, por isso, teve menos espaço para as suas propostas.

A Iniciativa Liberal quer pôr os estudantes a pagar os custos do Ensino Superior, ficando com uma dívida gigantesca para toda a vida, e dar uma borla fiscal aos mais ricos, aplicando uma taxa única de IRS. Propostas que só acentuavam as desigualdades existentes no país. O CDS, apesar da postura agressiva, marcou a diferença clara entre a direita conservadora e a direita fascista. Ficou evidente o vazio de ideias da extrema-direita, cujo partido é o culto do líder populista.

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