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Belmiro Jordão e o novo Teatro

Alfredo Oliveira
Opinião \ sexta-feira, outubro 15, 2021
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Na parte final da entrevista, aponta o “Robin dos Bosques” como o filme da sua juventude, um filme que marcou uma época tal como o Teatro Jordão.

Lendo a imprensa da época, Notícias de Guimarães, de 27 de novembro e Comércio de Guimarães, de 25 de novembro de 1938, constata-se que a inauguração do Teatro Jordão, a 20 de novembro desse mesmo ano, foi algo que os vimaranenses profundamente ansiavam. No primeiro jornal, na capa, o Pe Alberto Gonçalves escrevia que estava finalmente “realizada uma das mais ardentes, antigas e justas aspirações dos vimaranenses”. Por sua vez, o Comércio de Guimarães, salienta o seu promotor, Bernardino Jordão, “o homem arrojado que não sendo vimaranense” levou a cabo a construção de uma sala de espetáculos das “melhores do país”, como diziam as “competências” da altura.

Belmiro Jordão, o nosso entrevistado nesta edição do JdG em Revista, tinha seis anos quando o seu avô inaugurou este espaço, sem concorrência até à inauguração do São Mamede, a 24 de junho de 1971.

Se a partir de 2006 o São Mamede abraçou outra visão de negócios, o Teatro Jordão desde 1993 que tem as suas portas encerradas.

O nosso entrevistado recorda que a partir dessa altura pretendeu envolver a Câmara na aquisição do edifício. Tal veio a concretizar-se em 2010, através de um custo de 2 milhões e 250 mil euros, ao tempo de António Magalhães como presidente do município. Guimarães estava a caminho da Capital Europeia da Cultura 2012, mas o Teatro Jordão (ainda pensado para albergar a plataforma das artes), acabaria por não fazer parte dos equipamentos culturais prioritários para a CEC 2012.

Essa aquisição, recorde-se, talvez tenha sido o último momento de unanimidade das forças políticas e mesmo culturais vimaranenses face ao caminho seguido para o Teatro Jordão.

O próprio Belmiro Jordão não esconde a sua tristeza perante o projeto inicialmente avançado em 2011 e que se concretizou para esse espaço: “O comprador faz daquilo o que quiser. A mim, entristece-me que um edifício de 1.200 lugares, con­siderado um dos três melhores teatros do país, seja agora trans­formado numa sala pequenina e o resto adaptado a outras coisas.”

Esta “regeneração” do Teatro Jordão envolve uma verba a rondar os 12 milhões de euros e será inaugurada, tudo indica, até ao final do ano.

Ficará, assim, concluído um novo “episódio” deste Teatro que, em 1938, de acordo com o Notícias de Guimarães, se revelava “um avanço agigantado na senda do progresso, é, enfim, na verdade uma espécie de ponto de atracção para o turismo, que dentro em pouco se transformará em um factor de poderosa eficácia para a prosperidade local”.

Recentrando o texto na entrevista a Belmiro Jordão, ao longo de seis páginas, o leitor ficará a conhecer um pouco melhor a vida de uma pessoa marcada pelo cinema e que foi visitando os locais projetados na tela. Nas últimas décadas, dedicou-se “de alma e coração” à Ordem de S. Francisco e deixou de se interessar pelo desporto e política.

Na parte final da entrevista, aponta o “Robin dos Bosques” como o filme da sua juventude, um filme que marcou uma época tal como o Teatro Jordão.

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