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Centros comerciais citadinos numa encruzilhada

Alfredo Oliveira
Opinião \ quinta-feira, dezembro 16, 2021
© Direitos reservados
A pandemia que vivemos acabou por colocar um travão a algo que es­tava a revitalizar o comércio de rua e, por arrasto, alguns destes centros de comércio citadino.

A partir dos anos 80, em vagas su­cessivas, surgiram vários centros co­merciais citadinos, caso do Villa, do Castelo, do Fundador, do Palmeiras, do Santo António, do Triângulo e do São Francisco, bem como as galerias do Toural e Atlântico. Na periferia mais urbanizada, surgiu o Passerelle em Caldas das Taipas e, em São Jorge de Selho, o Jardim e o Pevidém. Estes espaços surgiram com grande dina­mismo e muita expectativa de revolu­cionarem o comércio local e as áreas onde se implementaram.

Passadas mais de três décadas, após a primeira inauguração, a realidade mostra que essa replica­ção de espaços comerciais ultra­passou largamente a procura por parte dos consumidores.

A uma excessiva oferta, podere­mos juntar outras explicações para o seu declínio, algumas delas apontadas pelos próprios comer­ciantes como se pode ler na repor­tagem publicada nesta edição.

Estes espaços comerciais, para além de uma oferta muito direcionada para os seus consumidores tradicio­nais, vivem ou deveriam viver da criação de uma imagem que leve es­ses potenciais compradores a deslo­carem-se a esse espaço mesmo não tendo uma ideia definida do que pre­tendem adquirir. Por outras palavras, esperam que esse espaço e estabeleci­mentos aí existentes o surpreendam. O problema é quando a inércia é su­perior à inovação ou renovação.

A estes espaços, num tempo de que­bra populacional e de poder econó­mico, já não é suficiente essa proxi­midade. Tem de se ter presente que o perfil do comprador vai mudando cada vez mais rapidamente. Basta ver o crescimento exponencial do comércio online em praticamente todas as vertentes do consumo.

Recuperando a história da cidade, e procurando outras explicações, na­turalmente, temos de evidenciar o erro estratégico de se ter deslocali­zado o mercado do centro para uma área mais periférica, o que retirou destas ruas urbanas muitos dos seus potenciais compradores. A mudan­ça da feira e, naturalmente, o apare­cimento dos grandes centros comer­ciais ajudou a acentuar o declínio dos espaços comerciais da cidade.

Alguns, poucos, foram capazes de alterar a sua funcionalidade. Apos­taram em algo que leva as pessoas a deslocarem-se objetivamente a essas lojas. A oferta de serviços especializa­dos foi um caminho encontrado.

A pandemia que vivemos acabou por colocar um travão a algo que es­tava a revitalizar o comércio de rua e, por arrasto, alguns destes centros de comércio citadino. O crescimen­to do turismo estava a funcionar como uma alavanca a alguns desses espaços. Espera-se uma retoma nes­te domínio, mas falta saber se existi­rá tempo para a sobrevivência e re­formulações num mundo comercial completamente saturado.

À nona edição, o Jornal de Guima­rães em Revista chegou ao perío­do natalício, época especial vivida num momento com condicionalis­mos especiais.

Apesar dos constrangimentos, deseja­mos aos nossos leitores e anunciantes um Feliz Natal e um excelente 2022.

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