Do inferno ao paraíso em 2 minutos
São três jornadas consecutivas em que sofremos, mas no fim vencemos e sorrimos, permitindo enfrentar mais uma semana de trabalho com uma energia positiva e com (tal como a música do Sérgio Godinho) um brilhozinho nos olhos.
Mas como chegamos aqui? Dois minutos! Sim, dois minutos bastaram, tudo se transfigurou, demonstrando como o futebol e muitas vezes a vida é tão volátil.
No meu último artigo de opinião, defendia a manutenção da equipa técnica, mas passados poucos dias cheguei a temer que o meu desejo não se sustentaria, após o golo do Chaves aos 95 minutos. Nos dois minutos seguintes, começaram a aparecer lenços brancos e o já habitual cântico (deplorável, diga-se de passagem) de “palhaços joguem à bola”.
Mas eis que uma apelidada pedra no sapato se transformou em pedra preciosa e em herói improvável, de seu nome Safira! Mas o que mais me fez pensar após o nosso festejo coletivo desse golo e dessa vitória, foi o silêncio em modo de meditação em que os Vitorianos abandonavam o D. Afonso Henriques.
No meu caso, tentava processar o que tinha acabado de suceder e em como aquele golo tinha acabado de dar, pelo menos, mais umas semanas de alguma estabilidade ao plantel e ao clube.
Desde aí, e apesar de ser sempre pela vantagem mínima, o Vitória começa a segunda volta com 3 vitórias consecutivas, alcançando o 5º lugar e atingindo o patamar dos 33 pontos, ou seja, afastando o fantasma de uma época em que podíamos ter de lutar pela manutenção.
No início da temporada e com tantas alterações, talvez os mais realistas apenas desejassem que tivéssemos uma época tranquila e sem muitos sobressaltos. Penso que atingimos esse patamar e a partir de agora desejo que estes jogadores, que demonstram uma entrega e uma união visível e assinalável, se deixem de receios e ansiedades e usufruam destes últimos 14 jogos. Termos noção da nossa realidade não impede sonharmos e termos ambição.
Independentemente do que esta época ainda nos reserva, desfrutemos alegremente destas vitórias e semanas, da mesma forma que sofremos e nos martirizámos durante quase três meses.
Que esta fase traga alegria e tranquilidade, mas que não se entre em euforias desmesuradas. Da mesma forma que esta equipa técnica e plantel não eram tão maus e incompetentes como alguns afirmavam, também não se tornaram subitamente em excelentes e galácticos.
Sem descurar a equipa principal, devemos olhar com redobrada atenção para a equipa B, que está numa situação muito difícil e que é essencial reverter. Não esquecermos que metade da equipa A de hoje é sustentada em jogadores que há sensivelmente um ano atrás estavam a jogar contra o Pevidém SC, no Campo Gémeos Castro. Não creio que termos uma equipa no 4º escalão ajudará o plantel principal, muito menos, o clube.
Saudações Vitorianas!