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VSC: Eleições em ano de centenário

Alfredo Oliveira
Opinião \ sexta-feira, fevereiro 11, 2022
© Direitos reservados
Vamos para umas eleições num tempo marcado pela ausência dos associados no estádio, pela ausência de resultados desportivos e por uma certa descrença.

O Vitória vai a eleições a 5 de março para eleger o seu 23º ou 24º presidente, de acordo com os dados da página oficial do VSC e dependendo de quem venha a ser eleito. As últimas eleições, como é costume dizer-se, são sempre as mais importantes, e estas não fogem à regra. Não é a primeira vez que temos mais de um candidato a dirigir o principal clube de Guimarães. Diríamos mesmo que é um sinal de um espírito democrático que não se encontra na maioria dos clubes, onde temos, quase sempre, uma única candidatura.

Vamos para umas eleições num tempo marcado pela ausência dos associados no estádio, pela ausência de resultados desportivos e por uma certa descrença, ainda que ao de leve, a entranhar-se nos vitorianos, realidade agravada quando se estabelecem comparações com o nosso rival distrital.

O concelho, em termos populacionais, foi sendo ultrapassado por Braga (no início da década de 90, Guimarães tinha mais de 16 mil habitantes do que Braga). Em 2021, Braga tem mais de 36 mil habitantes do que o Berço da Nação. Em termos futebolísticos, na última década, perdemos o comboio para o nosso rival distrital. O que nos vai distinguindo nessa comparação é a massa associativa.

Por outras palavras, o aspeto mais positivo do clube tem sido a massa associativa vitoriana. Se os títulos fossem atribuídos pela persistência ou pela resiliência dos adeptos (a capacidade de superar e de recuperar de adversidades), o Vitória já teria um palmarés equivalente ao Benfica, Porto e Sporting. Para que o lema “Somos únicos” seja perfeito, só faltará parar de insultar os adeptos adversários e a cidade de proveniência.

Passados 100 anos de existência, o que é que festejamos em termos de futebol sénior masculino? Uma Supertaça Cândido de Oliveira, em 1988/89 (com Pimenta Machado a presidente) – de que a geração mais nova não tem memória - e uma Taça de Portugal, em 2012/13 (com Júlio Mendes a presidente). Também será de referir que, caso o VAR estivesse em vigor em tempos idos, não temos dúvidas, teríamos mais Taças de Portugal e um ou dois campeonatos.

No entanto, sejamos honestos, dois troféus em 100 anos? Sem esquecer a triste época de 2005/2006.

Em vésperas de eleições, é necessária uma reflexão sobre o futuro do Vitória, partindo de uma análise às razões que nos levaram a esta realidade.

O último Vitória-Braga mostrou aquilo que todos os adeptos gostariam de ver de uma forma mais consistente.

Sabemos que é redutor reduzir o VSC ao futebol. Muitos êxitos, felizmente, foram alcançados nas diversas modalidades do clube, nos últimos anos. No entanto, não podemos ignorar que o futebol é a modalidade dominante no clube e no concelho.

 

Mas, nem só de eleições do Vitória vive esta segunda edição do ano. As legislativas merecem uma atenção especial, bem como a análise de alguns dos nossos cronistas a esses resultados. A realidade local não é esquecida nesta segunda edição de 2022.

Boas leituras.

 

Editorial do Jornal de Guimarães em Revista

Edição 11, Fevereiro de 2022

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