Gualterianas 2025: De festas da Cidade para Festas do Mundo Vimaranense
Como criticar e desconstruir é mais fácil e como eu sou um defensor nato da filosofia do “construcionismo”, que tem como pilar um humanismo radical, eis uma esboço de um conceito para as nossas amadas Gualterianas.
Sem demoras: as Gualterianas devem passar a ser uma aposta central e absoluta, procurando, com genuíno respeito, ser muito mais do que são hoje, recuperando glórias passadas. Ideia ou conceito base: não deixando de ser as festas do nosso padroeiro, seriam, durante uma semana, muito mais Festas do Concelho do que simples Festas da Cidade (não olvidando a sua origem histórica como Feiras Francas). Concretizando:
1- DO TRADICIONAL: (i) aposta fortíssima (no plano humano, material e financeiro) nos diferentes números que integram as Gualterianas, nos quais avultam, pela sua tradição e espetacularidade, o Cortejo do Linho, a Batalha das Flores e a Marcha Gualteriana; (ii) priorização da presença de artistas vimaranenses na programação; (iii) com orgulho minhoto, dedicar um dia à realização de um monumental arraial popular à antiga portuguesa (com as ruas do centro fechadas ao trânsito e vários palcos espalhados por diversos espaços públicos);
2 – DA MUDANÇA: (i) realização, no Multiusos, com objetivo de ter dimensão e prestígio internacional, da Grande Exposição de Guimarães (de olhos na Exposição Industrial e Comercial de Guimarães, realizada em 1884, no Palácio Vila Flor), dando-se visibilidade ao que de melhor se faz em Guimarães nos vários setores de atividade: agrícola, industrial, comercial, serviços, mesteres, etc.); ii) programação cultural diária, especial e diversificada para toda a semana, nos espaços nobres existentes na cidade (Vila Flor, São Mamede, Teatro Jordão, CIAJG, etc.); iii) trazer todos os anos um artista/grupo POP/ROCK consagrado, de indiscutível prestígio à escala mundial (ex: Coldplay), para atuação no Estádio D. Afonso Henriques, que garanta atrair o público nacional e internacional; iv) em cada programação anual, organizar uma conferência de um pensador de prestígio internacional (ex: Bernard-Henri Lévy / Edgar Morin), fazendo de Guimarães uma centralidade intelectual internacional.
Perceba-se: as Gualterianas, para além de celebrarem o nosso padroeiro, passarão, também, a ser a celebração do concelho (melhor: do mundo vimaranense), que vai do génio histórico ao génio industrial e cultural. E se, por exemplo, os nossos têxtil lar, vestuário, cutelarias, calçado, vinhos, ourivesaria, curtumes, etc., vão a feiras internacionais demonstrar a sua qualidade superior a milhares de agentes económicos internacionais, porque razão não os trazer ao Concelho-Cidade-Estado de Guimarães para, in loco, avaliarem o que de melhor aqui se faz e visitarem os locais de produção, se assim entenderem.
Pensar alto e falar claro: é ostensivo que se visa obter ganhos económicos e turísticos (ainda por cima, estes agentes económicos, têm poderes de compra acima da média) para o concelho com este perfil de evento e, sim, será um evento de massas. São opções: e este é o modelo que eu defendo. Haverá muitas críticas, que aceito e que são sempre legítimas, pois, o meu olhar não esgota o real. Que ninguém tenha dúvidas: umas festas com esta grandeza só serão possíveis de concretizar com uma concreta e real coorganização e cooperação entre a Câmara Municipal e o riquíssimo ecossistema associativo e empresarial de Guimarães.
E organizar umas Gualterianas desta dimensão implica tempo e profissionalismo, daí falar na realização deste novo modelo para 2025.