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Guimabus e a mobilidade urbana sustentável

Alfredo Oliveira
Opinião \ quinta-feira, julho 14, 2022
© Direitos reservados
Somos dos que defendem que o sucesso do uso dos transportes públicos passa muito por cativar os jovens para o seu uso.

Guimarães, aquando da sua candidatura a Capital Verde Europeia 2020, acabaria por ficar em 5º lugar, na lista de treze cidades avaliadas, processo que veio a culminar com a distinção da cidade de Lisboa. A capital do país assentou a sua candidatura em três grandes eixos: Crescimento Verde e Eco-Inovação, Uso Sustentável da Terra e Mobilidade Urbana Sustentável. Neste último indicador, comum a todas as cidades candidatas, Guimarães viria a atingir um dos piores resultados, acabando por ficar na oitava posição neste ponto.

Avançando com uma nova candidatura para 2025, naturalmente que este indicador carece de uma atenção especial, a par da área dos “Resíduos” e do “Uso sustentável do Solo” e “Água”, as mais baixas classificações de Guimarães.

Não sendo um fim em si, mas mais um processo, a atribuição do título de Capital Verde tem de ser entendida como um compromisso de uma constante prossecução de um desenvolvimento sustentável, um dos três objetivos do “European Green Capital Award”.

Depois de muitas décadas a insistir no mesmo modelo de transportes públicos, finalmente Guimarães apostou numa nova visão para o concelho. Independentemente da empresa a quem foi atribuída a exploração dos transportes coletivos, o fundamental, nesta área, é apostar em transportes públicos amigos do ambiente, reduzir o transporte individual motorizado e envolver os cidadãos numa mudança de mentalidade.

A este nível, somos dos que defendem que o sucesso do uso dos transportes públicos passa muito por cativar os jovens para o seu uso e (de certa forma está relacionado) o progressivo caminhar para a gratuitidade dos mesmos (não significa que não se possa pagar uma espécie de “taxa moderadora”).

Sabemos que não é um caminho fácil, mas assistimos a um aumento de pessoas que caminham e correm, bem como um aumento de ciclistas, pelo menos ao fim de semana. Falta dar esse passo, fazer durante a semana o que se faz aos sábados e domingos.

Nesta edição, o destaque vai para os primeiros seis meses da Guimabus no terreno. Fomos ouvir os principais responsáveis da empresa, da câmara municipal, presidentes de juntas de freguesia e, como não poderia deixar de ser, os utentes.

Em funções desde 1 de janeiro de 2022, os autocarros já percorreram 2 milhões de km, com recurso a trinta por cento de autocarros elétricos. Nestes primeiros seis meses, já se efetuaram 17 mil validações por dia em média, de segunda a sexta. Esses números baixam para seis mil aos sábados e três mil aos domingos e feriados, números que, apesar de um aumento constante, estão ainda abaixo do expectável, pois tinham previstas 3,5 milhões de validações para este primeiro semestre, para se chegar aos sete milhões no final do ano.

Para a autarquia, “Guimarães Mais Verde”, um slogan subjacente à candidatura a capital verde, “É uma meta. É uma responsabilidade. É um desígnio que assegurará mais qualidade de vida às nossas gerações e, principalmente, às futuras”. Assim seja!

Boas leituras!

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