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Guimarães: Legislativas 2022

Carlos Caneja Amorim
Opinião \ terça-feira, fevereiro 08, 2022
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Em boa verdade, o Chega Mediático das Legislativas de 2022 é uma criação do Partido Socialista e da sua máquina de comunicação e foi um investimento que deu frutos

As eleições legislativas redundaram numa surpreendente mas absoluta vitória do Partido Socialista. Glória aos vencedores, honra aos vencidos. A principal razão deste resultado foi o indiscutível e factual voto útil à esquerda, sem reciprocidade à direita. A tática e estratagema de fazer do Chega a questão da campanha foi duplamente virtuosa para António Costa: i) a acrescer à verbalizada ad nauseam culpa do BE e PCP pelo chumbo do OE e pela queda do Governo e de que o PSD era contra o aumento do ordenado mínimo, o que federou, à última da hora, a esquerda no PS foi a alegada e estridente ameaça de um imminens governo minoritário de direita com o apoio do Chega; ii) a estratégia do PS deu ao Chega uma visibilidade e uma lógica de vitimização (com um intencional ataque mediático contra o Chega constante, que fazia com que um parte do eleitorado sentisse empatia, atento considerar que era um ataque cego, desproporcional e injusto) que lhe exponenciou a sua valia eleitoral. Em resumo: o voto útil à esquerda e o resultado do Chega estiveram na base da vitória do PS. Em boa verdade, o Chega Mediático das Legislativas de 2022 é uma criação do Partido Socialista e da sua máquina de comunicação e foi um investimento que deu frutos. No antigo regime, uma política ditatorial e terrífica de extrema-direita deu azo ao surgimento dos movimentos centristas, social-democratas, bem como de esquerda moderada e da extrema-esquerda. No nosso tempo, uma Esquerda de vocação Maioritária e Absoluta pós Troika gerou uma extrema-direita de bolha mediática. Um único objetivo: impedir a alternância democrática e procurar a eternização no poder. Esta estratégia está a ser um sucesso extraordinário: para mal de Portugal e das futuras gerações. Perceba-se, porque a transparência o impõe: eu defendi e defendo que a melhor solução para Portugal era o Dr. Rui Rio, um homem sério, honesto, competente, que liderava um espaço genuinamente Democrático, Moderado e de Liberdade, e tinha por principal desiderato construir um Portugal Europeu, isto é, iniciar um trajeto de convergência real com a Europa a nível de salários, produtividade e qualidade de vida. Para Rui Rio é impensável aceitar um país que tem preços europeus e salários mínimos portugueses. Nota final: um exíguo caderno de encargos para o futuro Governo, no que a Guimarães diz respeito para o curto prazo: i) devolver a Guimarães a ligação por Alfa Pendular até Lisboa, suspensa desde março de 2020 e que a CP e o Ministro das Infraestruturas garantem que vai ser reposta: no próximo trimestre têm de existir novidades; ii) o Tribunal da Relação de Guimarães tem de assumir o seu papel por inteiro, a nível da Procuradoria (deixando de haver qualquer dependência com o Tribunal da Relação do Porto) e do Estatuto dos Magistrados Judiciais (acesso ao Conselho Superior da Magistratura e Associação Sindical dos Juízes Portugueses); iii) Campus da Justiça deve avançar sem mais demoras, atenta a sua contratualização há plurais anos; iv) deve haver decisão política positiva por parte do Governo da inclusão no PFN da ligação de Guimarães à futura estação do eixo ferroviário de alta velocidade, não se perdendo a oportunidade única do PRR e fazendo de Guimarães o portal de entrada para o interior do país da alta velocidade ferroviária; v) conclusão das obras na Igreja Românica de Serzedelo e iniciação do restauro da Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa; vi) construção de raiz do Posto Territorial de Lordelo da GNR; vii) construção da via do Avepark; viii) resolução imediata dos problemas dos bairros sociais do IRHU; etc..

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