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No campo como nas bancadas

Ricardo Freitas
Desporto \ segunda-feira, abril 10, 2023
© Direitos reservados
Não podemos continuar com o discurso que a nossa equipa é constituída por “meninos”. Acima de tudo são profissionais que têm de demonstrar qualidade, competência e orgulho para nos representarem.

As últimas jornadas têm sido bastante amargas para os adeptos vitorianos não apenas pelos resultados obtidos, mas principalmente pela qualidade (ou falta dela) do futebol apresentado. Os resultados muitas vezes não traduzem o que realmente se passa dentro das quatro linhas, no entanto, e para nossa infelicidade os últimos resultados traduzem na perfeição a fraca produtividade e qualidade futebolística a que temos assistido.

Conforme referi em artigos anteriores, no início da época, apesar de toda a esperança, crença e ambição natural dos adeptos vitorianos, tínhamos consciência de que teríamos uma época bastante difícil. Muitos de nós ambicionávamos apenas uma época tranquila em termos desportivos e de recuperação em termos financeiros para que o futuro do Vitória não ficasse hipotecado.

Ao contrário de muitas expetativas e algumas previsões, atingimos relativamente cedo essa tranquilidade em termos pontuais e inclusive um lugar de acesso às competições europeias. Há sensivelmente um mês atrás acreditei que esta tranquilidade seria benéfica para os jogadores e equipa técnica para, sem receios de fantasmas, prosseguirem com uma maior regularidade e qualidade em termos de jogo jogado.

Mas tem sido muito penoso e frustrante ver os recentes desempenhos, sentimento apenas mitigado pela partilha e entrega que os adeptos Vitorianos têm tido no apoio à equipa e que mais uma vez esta última deslocação ao Bessa foi prova disso.

Muito se tem falado da juventude e imaturidade deste plantel, mas não podia estar mais de acordo com as declarações do nosso capitão André André na flash interview após o jogo com o Boavista. A esta altura do campeonato não podemos continuar com o discurso que a nossa equipa é constituída por “meninos”. Alguns podem ser “meninos” no cartão do cidadão, mas acima de tudo são profissionais que têm de demonstrar que têm a qualidade, competência e orgulho para nos representarem.

Nestas últimas sete jornadas, da mesma forma que vamos continuar nas bancadas a apoiar incessantemente do primeiro ao último minuto, só pedimos que joguem com concentração e coração ao mesmo ritmo que os adeptos. E que, como os adeptos, joguem para ganhar, sem perdas de tempo, sem desperdiçar qualquer minuto para alcançarem a baliza adversária e os golos da vitória, da mesma forma que não desperdiçamos um minuto a cantar e apoiar.

Que durante aqueles 90 minutos traduzam no relvado o sentimento e orgulho vitoriano, que deixem tudo em campo, da mesma forma que damos tudo nas bancadas. Que lutem até que os músculos falhem, da mesma forma que apoiaremos até que as nossas cordas vocais nos faltem. Que sem receios, acreditem em campo como nós acreditamos nas bancadas!

Saudações Vitorianas!

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