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Reedição das "Cidades na História", em Guimarães

Gonçalo Cruz
Opinião \ quarta-feira, novembro 08, 2023
© Direitos reservados
Esta ideia de congregar investigadores de diferentes realidades geográficas e culturais, reforça o carácter cosmopolita e inovador de uma cidade em que a História se vive de uma forma muito particular

Realizou-se no passado mês de Outubro, no Centro Cultural Vila Flor, mais um Congresso Histórico Internacional, as Cidades na História, que nesta edição de 2023 teve a Economia como tema. O encontro, herdeiro dos Congressos Históricos de Guimarães, iniciados em 1979, enriquecidos com uma dimensão internacional a partir de 2012, foi organizado pelo Município de Guimarães, pelo Arquivo Municipal Alfredo Pimenta e pela Casa de Sarmento.

Tendo sempre como premissa – fundacional, digamos – a história local, estes congressos periódicos mantêm o fulcro na história das cidades, nas suas diferentes dimensões: social, económica, artística, demográfica. Ou seja, do incremento dos estudos históricos locais, projetou-se a ideia de partilha de experiências de investigação em centros urbanos de vários países. Esta ideia de congregar investigadores de diferentes realidades geográficas e culturais, reforça naturalmente o carácter cosmopolita e inovador de uma cidade em que a História se vive de uma forma muito particular, materializada não apenas nas áreas classificadas como Património da Humanidade, mas também nos vários Monumentos Nacionais espalhados pelo Concelho.

Não é apenas, porém, a sua dimensão internacional que torna mais interessantes estes congressos históricos vimaranenses, mas também o seu carácter multidisciplinar, envolvendo investigadores das áreas da Arquitetura, História, Arqueologia, Economia e Geografia, sempre numa perspetiva de longa duração. Falou-se, assim, em várias sessões paralelas, de cidades atuais e de cidades antigas: nalguns casos as célebres "cidades mortas", noutros a projeção futura das cidades de hoje. As cidades do mundo mediterrânico tiveram, naturalmente, em destaque, porque não deixam de corresponder a uma origem cultural comum a várias áreas geográficas, inclusive do continente americano.

Foi assim que cerca de 150 investigadores se dirigiram a Guimarães, num profícuo encontro de apresentação de resultados de trabalhos de investigação e de debate. Esta nova edição do Congresso foi também o palco do lançamento de duas novas obras da autoria de Norberta Amorim, Raízes de uma Vila Industrial As gentes de Ronfe (Guimarães) entre os séculos XVI e XX, e de Manuela de Alcântara Santos, Livros de notas de um ourives feirante José Moreira Pinto de Carvalho (1806-1864), que mantêm, assim, viva a dinâmica da história local. Está de parabéns a organização deste encontro.

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