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Guimarães
23 dezembro 2025
tempo
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Nuvens dispersas
Min: 17
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20,376 km/h

Sem mais…

Filipe Fontes
Opinião \ terça-feira, dezembro 23, 2025
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Seja como for, e numa leitura de um presente e de um futuro “que já começaram”, fica a esperança de que o “copo se vá enchendo”, cada vez mais, e, assim, Guimarães vá beneficiando e ganhando!

O tempo é de final de ano, tantas vezes, associado a despedida ou recomeço, conclusão ou início; tantas vezes, pronúncio de promessas e projectos, constatações e desistências.

O tempo “actual” não deixa de ser confronto entre a memória e a análise do que se passou, o potencial e a vontade que nos invade, a perspectiva e a energia que vislumbramos para “o amanhã”!

A nível municipal, o tempo é de mudança, de implementação de transformação e dos primeiros indícios de direcção e valor dessa mudança. Para muitos, surpreendente e ainda impactante e, de alguma forma, paralisante; para outros, inesperada e geradora de aceleração e oportunidade, não há dúvida que a mudança – enquanto contexto e perspectiva – chegou e instalou-se, de todos e a todos exigindo coerência, energia e coragem; compromissos, responsabilidade e consequência.

Entre a continuidade e a alteração, dividimo-nos, regra geral, entre a perspectiva do “copo meio cheio” e do “copo meio vazio”, na certeza de que nada é linear, mas tudo será admissível num resultado só possível porque vivemos em democracia e em liberdade (e tal convém, profundamente, não esquecer: a continuidade legítima de uns durante tantos e a chegada legítima de outros só acontece porque vivemos em democracia e liberdade e são estas que nos permitem escolher e optar. Continuar e mudar foram opções livres e não impostas. Por isso, saudáveis!).

Seja como for, e numa leitura de um presente e de um futuro “que já começaram”, fica a esperança de que o “copo se vá enchendo”, cada vez mais, e, assim, Guimarães vá beneficiando e ganhando!

Na verdade, e numa visão tão pessoal e intrínseca, quanto subjectiva e, possivelmente, muito discutível, Guimarães vai balançando entre o potencial das suas qualidades e o risco de as fazer perigar, entre o valor da sua construção e pessoas e o constante questionamento e temor de algo mais ou diferente, numa contradição tão aparente quanto atónita para uma realidade territorial e sociológica, para um “naco urbano” e para um município que (sempre) foi precursor, ousado e conquistador.

O seu maior valor simbólico urbano e patrimonial – o centro histórico – que deve ser acarinhado, preservado e tratado na correspondência da sua riqueza e singularidade, é, por demais, paralisado na sua vida e na sua participação urbanas, num receio generalizado de perda da sua essência. E, assim, registando desvios e abandonos, perdendo actividade comercial e habitantes, porventura, ganhando turistas e visitantes, sobretudo estes, mas… será isto que se deseja? Tanto se quer proteger a sua virtude que se esquece que a protecção só se justifica em função do fim…

O seu maior potencial económico é gerador de inovação, riqueza, dinamismo e projecção, mas, em simultâneo, observa e reclama das dificuldades em implantar-se no território, em crescer e aceder às infraestruturas necessárias e qualificadoras, em nome, supostamente, da defesa de valores maiores, sejam ambientais, ecológicos.... Será assim tão incompatível?

O seu maior valor cultural, seja produção, divulgação ou difusão, resulta numa actividade contínua ao longo do ano e projecta-se para lá dos limites municipais, mas revela-se incapaz de influenciar e contaminar positivamente para lá dos limites circunscritos ao burgo maior.... será apenas esta a ambição?

Outras realidades poderão ser invocadas, mas não deixa de ser clara a existência de uma dicotomia que urge desequilibrar a favor do quanto, incomensuravelmente, Guimarães tem!

Seja mudança ou afirmação, construção ou reabilitação, suporte ou ruptura, que este “copo meio cheio que se vá enchendo” seja partilhado e focado, convergente e consequente, que seja bom e desequilibrador, intensamente desequilibrador a favor de um ano 2026 feito de trabalho e talento de todos, feito de um resultado tão bom quanto Guimarães merece. Será forma bela de honrar o seu nome e valor e honrar-se de ser o que é: Cidade e município maiores e melhores! Sem mais!

(Bom ano para todos!)

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