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Um novo ano. Novas esperanças!

Prof. Dr. José Cotter
Opinião \ quarta-feira, janeiro 19, 2022
© Direitos reservados
Em 2022 haverá um início de mandato governamental, onde se devem traçar estratégias para vários anos, tendo sempre o bem-estar da população como objetivo principal.

Estamos no início de um novo ano. Depois de doze meses findos passados com momentos difíceis, atípicos, inéditos para uma grande franja da população portuguesa, com sacrifícios e muitas vertentes disruptivas, será legítimo perguntar o que será previsível para o novo ano? Nomeadamente em termos de
saúde da população?

Antes de mais gostaria de afirmar que procuro ter uma postura de esperança, mas realista e responsável. Assim, não acredito que, ao contrário de alguns profetas da desgraça, depois de um ano difícil venha aí um dilúvio anual ainda pior. Mas também não “embandeiro em arco” considerando que tudo o que está mal será controlado ou mesmo ultrapassado. Certamente a pandemia continuará a dominar as atenções e as perturbações. Laborais, familiares, sociais, afetivas, económicas, pessoais.

Por isso terá de haver um reajustamento de políticas e muito essencialmente coerência na informação veiculada por quem tem o poder, mas também uma necessária disciplina dos cidadãos que tão bons resultados deu no ano transato, na sequência da grande adesão à vacinação. Este facto terá forçosamente de se manter (ou se possível melhorar ainda mais), com o esforço e o sentido de responsabilidade de todos, incluindo quem nos governará, que jamais se poderá demitir das responsabilidades que tem na organização dos meios disponíveis, acessibilidade às vacinas, contratação de recursos humanos e esclarecimento e sedução da população para aquilo que é uma evidência científica comprovada: a eficácia da vacinação como meio de diminuir drasticamente a doença grave e a mortalidade.

Entretanto, em simultâneo necessitar-se-á de recuperar os enormes atrasos gerados na prevenção, diagnóstico e tratamento das demais doenças, que apesar da covid-19 continuaram a existir (o que muitos cidadãos, profissionais da saúde e governantes por vezes pareceram esquecer). É inadmissível o que se tem passado com atrasos diagnósticos e consequente agravamento dos prognósticos, devido a inacessibilidade a cuidados de saúde atempados, motivados essencialmente por má organização e coordenação, originados essencialmente por estrangulamentos financeiros impostos pelo poder central que impedem contratações atempadas de pessoas e meios, ao mesmo tempo que obstaculizam a descentralização monitorizada (obviamente) para as estruturas locais, que têm uma infinita maior facilidade em tornar as soluções mais céleres.

Essa é a responsabilidade de quem nos governa, pelo menos enquanto se mantiver a atual política de saúde estatal, embora seja visível que os anos passam e o sistema público de saúde se vai deteriorando. Ao mesmo tempo, a falta de visão estratégica e a ausência de um pacto de regime entre os principais partidos que nos governam, vão tornando o Serviço Nacional de Saúde num “poço sem fundo”. Não esqueçamos nunca que um sistema de saúde organizado e forte de qualquer população é o principal bem que poderemos ter, pois sem saúde nunca poderemos estar na posse das nossas capacidades máximas ou próximo disso.

Em 2022 haverá um início de mandato governamental, onde se devem traçar estratégias para vários anos, tendo sempre o bem-estar da população como objetivo principal. A incapacidade política (ou dos políticos) frequentemente não o tem permitido, mas não deveremos perder a esperança de que os tempos que se seguem serão de recuperação e correção de estratégias que se revelaram inadequadas e por vezes penosas. Eu quero acreditar que assim será!

 

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